"Chega mais, amigo! Sente-se logo à mesa, afina teu violão e cante comigo a canção que fiz pra vencer a tristeza."

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

De Samba em Samba

Vivia pelos cantos da Lapa,
a respirar cachaça e caçapa,
num mundo boêmio e vazio.
Era da lua e da madrugada,
sem paixão e sem amada,
num samba de bamba bem vadio.

De samba em samba,
era só eu,
num samba meu,
a sambar com dó,
tão triste e só,
com minha dor,
sem o teu amor.

Meu barraco não faltava mulheres
seja de bem ou mal me queres,
mas era um lugar vazio.
O amanhecer era o despetalar da flor,
era no meu peito uma só dor,
num leito escuro e frio.

De samba em samba,
era só eu,
num samba meu,
sambando assim,
a faltar em mim,
na noite desvalida,
o amor de uma vida.

Mas agora eu te encontrei,
és a vida que tanto sonhei,
iluminaste o meu mundo.
Larguei a orgia e a boemia,
encheste de amor e alegria,
meu coração tão vagabundo.

De samba em samba,
éramos só nós
não mais a sós,
sambando a dois,
a deixar pra depois,
muito amor e carinho,
no calor do nosso ninho.

Me deito com seus abraços,
e adormeço em seus braços,
sonho viver num paraíso.
Cedo acordo ao seu lado,
dizes "Bom dia, meu amado!"
já não vivo sem sorriso.

De samba em samba,
éramos só nós,
não mais a sós,
sambo bem assim,
com você perto de mim,
e a boemia não tem porquê
se agora já tenho você.

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