"Chega mais, amigo! Sente-se logo à mesa, afina teu violão e cante comigo a canção que fiz pra vencer a tristeza."

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Bem Querer

Vire este rosto pra lá.
Não venhas fazendo dengo.
Conheço os jogos de azar
vivo no mundo tem tempo.

Bem sei do teu truque,
tento não te atender.
Pode ser que retruque
e o meu peito ceder.

Como é doce teu jeito,
num piscar de segundo
faz com que fosse direito
me levar pro teu mundo.

Não me olhes assim
pois és linda demais.
Falas dentro de mim
como mais ninguém faz.

Peças o que quiseres
pois és meu bem querer.
És a melhor da mulheres
és minha razão de viver.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Despertar

Enforcado nos fios de cabelo daquela que dorme ao meu lado,
Tenho o bocejar sufocado pelo desejo sôfrego de sustar o tempo.
Com os olhos laqueados pelo sol que invade o quarto,
Vejo ao léu retratos da noite já descortinada.
Peças de roupas jogadas, os móveis desordenados, a fragrância do prazer despejada pelo cômodo.

Um leve incômodo, a modorra do braço prensado sob um corpo sem nome.
O alimento fugaz da intrépida dama,
Insana.
A fome por estima do homem falto,
Escaldo.
Compulsivo por prazer,
Apaixonado pelo acaso,
Na insanidade de quem ama estar só.

Ironia

Que ironia
Logo você, que temia
Perder o mundo,
Que criei pra te cuidar
Agora surge esnobando rebeldia
Ô, minha menina
Não te dói me magoar?
Já imaginaste como será a vida
Sem minhas pegadas
Para te orientar?
E tuas lágrimas nas tristes despedidas
A minha benção ao sair pra trabalhar
Nas madrugadas, quando o frio insistia
As suas pernas logo vinham me buscar
Caía a chuva e você toda se encolhia
Só o meu peito servia pra te acalmar
Não bata a porta
Ainda não terminei
E suas coisas, quando você irá levar?
O teu perfume, teu sorriso, tuas trouxas
Se queres ir é pra nunca mais voltar
Impunemente, dê curso à sua vida
Não serei eu quem irá te aconselhar
Já não faz mais sentido
Fazer juízo
Se não sei o que pensar

Coisas que amo na lua

Apesar da indiferença, é quem me faz companhia. Cheia de luz. Todo dia. Faça chuva ou faça lua. De casa ou da rua.
E de nada adianta puxar prosa da varanda. Ela nunca se mistura. Nunca se move. Nem se comove.
Ao menos sorria, lua.
Às vezes tão perto, quase sempre tão distante. O peito com fome. E ela crua. Sempre nua. Sempre lua.
Até que o sono me cala. Coisa rara. É hora de partir. Boa noite, lua. Te espero amanhã. E depois, depois e depois.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ditado

De mal com o risco
Triste princípio
Da solidão
Peito morto
Jaz no conforto
Faz branco insosso
Bradar por não

A pena inerte
Poeta posto
Adverte: seus valores!
Quem os merece?
Quem te suporta?
É tudo um teste

Tal num ditado
Para moleque
E sua verdade
Não reconhece?
Será castigo
Ou só um teste?