"Chega mais, amigo! Sente-se logo à mesa, afina teu violão e cante comigo a canção que fiz pra vencer a tristeza."

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rosa dos Ventos

Pela janela o mundo é tão grande.
É como o tempo, que por passatempo,
finge se contrair, mas logo se expande.
O que teria depois daquela linha,
onde as flores morrem por desamores
e a estrela maior dorme sozinha?
Tentei, às vezes, correr até lá!
Para dois é o caminho. Nunca ia sozinho.
Depreendia-me, por fim, só. No singular!
Amedrontado, voltava para o meu lugar.
"Se era eu devagar, ou rápido meu andar?"
Dias passavam e eu não sabia explicar.
Fechei-me, como trancas pesadas de porta.
Derreti a chave que abria meu entrave.
Reservei-me de aventurar à vontade torta.
Por muito tempo olhei o mundo deste jeito
Até que um certo dia, tu, na maior ousadia,
quebraste a porta que fechei aqui no peito.
Seguraste minha mão, e antes que dissesse não,
me tiraste do meu mundo tão triste e vagabundo.
Jogaste porta à fora meu assustado coração.
Guiaste-me pelo mundo depois do porvir.
Reconheci que a flor não morre por amor
e que vida é mais bonita se se sorrir.

Eu, que nunca fui tão longe, tenho o norte almejado.
O sul sumiu, bem distante, como passado enterrado.
Pois tenho ti nesse instante,
como oeste tem o leste,
caminhando lado a lado.

Um comentário:

Mr.Orange disse...

Adorei os textos de seu blog e gostaria de fazer alguma parceria.
Quando tiver algum tempo, entre: http://queletra.blogspot.com/
Parabéns pelo ótimo trabalho!